segunda-feira, 20 de julho de 2009

Academia Brasileira de Ciências, e a opnião do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mensagem do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, lida pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia
2/05/2009.


Mensagem do Senhor Presidente da República por ocasião de sessão solene da Academia Brasileira de Ciências Rio de Janeiro, 28 de maio de 2001

É com grande satisfação que me dirijo aos participantes desta sessão em que são empossados os novos membros eleitos da Academia Brasileira de Ciências. Esta é uma instituição que tem tradição, e é símbolo do compromisso com o avanço da ciência e da tecnologia no Brasil, desde 1916.

A tradição, em matéria científica, é sempre algo ambíguo. Por um lado, é essencial o contato com o passado, o conhecimento do que já se fez, a herança das conquistas acumuladas pelas gerações anteriores. Ao mesmo tempo, a ciência envolve necessariamente abertura para o futuro, para o novo, para a descoberta e a inovação.

A Academia Brasileira de Ciências tem sabido realizar uma síntese muito feliz dessas duas exigências. Tem feito isso, entre outras razões, porque é uma instituição que soube valorizar o mérito científico real, e continua a sabê-lo, como se pode apreciar pela qualidade da escolha dos novos acadêmicos.

A Academia é um fator de congregação da comunidade científica. Tem favorecido o contato entre essa comunidade, de um lado, e a sociedade civil e o Governo, de outro. É importante que a ciência tenha voz ativa, tenha presença no cenário nacional.

Os programas da Academia têm dado ênfase, por exemplo, a questões ambientais, ao problema da biodiversidade, o que é indispensável no momento atual. Aprimoram a organização e administração da informação científica, como no projeto "ABCDados", de especial importância para a área da saúde. Ajudam a preservar a memória científica nacional, com a organização de documentos de valor histórico e a realização de entrevistas e depoimentos de cientistas brasileiros.

Um programa que me parece de especial interesse é o que se destina a fomentar a educação científica. O Brasil vem empreendendo um esforço extraordinário de fortalecimento do ensino público, do acesso das crianças à escola, enfim, dos diversos elementos indispensáveis para que o País dê um salto qualitativo na educação. Esse salto já começou.

É fundamental que o progresso na educação seja não apenas quantitativo, mas qualitativo. As crianças e jovens brasileiros devem ter acesso ao que há de melhor no pensamento e no conhecimento. Além disso, a Academia tem uma participação de relevo em programas de cooperação regional e internacional, o que é essencial no momento em que o Brasil se prepara para os desafios do século XXI. Parte desses desafios consiste em que nenhum país pode se fechar em si mesmo. A ciência - que ocupa posição tão central na economia e no desenvolvimento - não é nacional, é universal, é uma conquista do gênero humano. E o Brasil do século XXI quer estar em sintonia com essa universalidade, quer estar nas fronteiras do conhecimento.

Meus parabéns a todos os membros da Academia, muito especialmente os que hoje se incorporam, entre os quais conto vários amigos, e meus votos de êxito cada vez maior em suas atividades. Quero, particularmente, congratular o Professor Eduardo Moacyr Krieger, cuja recondução à presidência é uma garantia de fortalecimento ainda maior da Academia.

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