quinta-feira, 21 de maio de 2009

XI Congresso de Ciências do desporto e Educação Física dos países de lingha portuguesa.

Antropologia do Esporte - Atividade física - Clube da Caminhada.
Este Programa vem ao encontro da filosofia e dá prioridade às ações que tenham por pressuposto a ampliação e a qualidade no atendimento das práticas de atividades físicas, esportivas e de lazer, principalmente, dirigidas à socialização, bem-estar e melhoria da qualidade de vida da população. Como a vida sedentária é um fator de risco para a saúde, particularmente em relação às doenças cardiovasculares, obesidade, artrites e doenças reumáticas, a falta da atividade motora no trabalho, na escola e em geral, deveria ser compensada através de atividades físicas e esportes durante o tempo livre. Há uma infinidade de atividades nas quais pessoas
de ambos os sexos podem tomar parte, atividades estas que não requerem habilidades excepcionais, coragem, equipamentos sofisticados e caros, ou instalações suntuosas para praticá-las. Diante disso, a finalidade deste projeto é fomentar a prática da caminhada nos locais reservados a esse tipo de atividade física, assim como, esclarecer a sociedade de que a caminhada é o modo mais fácil, barato e agradável de reduzir o peso em excesso e melhorar o condicionamento físico. Os objetivos deste programa, são: Possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer; Melhoria da resistência cardiorespiratória e redução do risco de doenças cardiovasculares; Redução de peso; Fortalecimento e aumento da densidade óssea; Redução de estresse.As metas para 2006: Ampliar o programa em áreas apropriadas à prática da caminhada, procurando atender maior número de localidades na cidade de Manaus; Mostrar para a população que a prática regular da caminhada, com a intensidade adequada, eficiente e prazerosa, não é modismo, mas uma atitude inteligente de quem deseja adquirir e manter um bom nível de condicionamento físico; Divulgar o programa nas áreas de saúde, visando o desenvolvimento de conhecimentos científicos e tecnológicos (pesquisa
e divulgação) direcionados à melhoria da prática de atividades físicas e de lazer; Criar e manter mecanismos de acompanhamento e avaliação do programa e das ações apoiadas pelo professor coordenador.
Nilton de Brito Souza.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Alimentos Orgânicos sem agrotóxicos aumentam as defesas do corpo.

Fonte Paranashop.
Vegetais e frutas orgânicas aumentam defesas do organismo
Durante a 2ª edição da Orgânica 2009 - Feira do Complexo Agroindustrial Orgânico e Biotecnologias e Fórum Internacional da Agroindústria Orgânica discutiu-se o benefício da alimentação orgânica em relação aos convencionais e suas vantagens para a saúde.
Para debater o assunto, o painel Orgânicos e Saúde: alimentando a imunidade , que ocorreu nesta terça às 14h, reuniu o médico e nutrólogo Mauro Lins, a presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sonia Stertz, e o doutor em agroecologia e agricultura sustentável da Universidade de Londres, Geraldo Deffune.
De acordo com os palestrantes, a busca por alimentação saudável fez surgiu na década de 90 o conceito do alimento livre de insumos químicos e que utiliza apenas fontes de nutrientes naturais durante sua plantação. De lá para cá, o setor de orgânicos movimenta mundialmente R$ 132 bilhões com estimativa de chegar a R$ 176 bilhões em 2010.
Esse volume vem aumentando porque os especialistas já comprovaram o prejuízo dos agrotóxicos à saúde, podendo irritar as mucosas intestinais, provocar arritmia cardíaca, causar distúrbios neurológicos e até câncer. A arritmia cardíaca é um dos sintomas de dores elevadas de inseticidas fosforados, encontrados no morango e na cenoura. Alguns fungicidas, como o clorotalonil, encontrado na alface, no tomate e em outras verduras, podem provocar irritação nas mucosas do intestino e levar à diarréia , enumera a pesquisadora da UFPR Sonia Stertz.
Além disso, os agrotóxicos estão associados ao aumento de tumores cerebrais e do câncer de mama em mulheres, bem como à diminuição da fertilidade feminina. Em artigo publicado na Revista Panamericana de Saúde Pública, alguns municípios do interior do Paraná registraram queda no número de nascimentos de homens devido à exposição de agrotóxicos.
Para reduzir o impacto do uso desses pesticidas à saúde, a cientista aponta que os agrotóxicos sistêmicos não são eliminados em lavagens, nem com hipoclorito, vinagre ou bicarbonato. De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), os alimentos com maior índice de agrotóxicos foram o pimentão (64%), seguido do morango (36%), uva (33%) e cenoura (31%).

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Paleontologia em Santana do Cariri e S L de Lucena.

Santana do Cariri .
É uma pequena cidade localizada no sul do estado do Ceará no nordeste do Brasil, distante cerca de 550 Km da capital Fortaleza e próxima a centros como Crato (cerca de 50 km) e Juazeiro do Norte (cerca de 65 km). A Chapada do Araripe constitui uma de nossas mais importantes localidades fossilíferas de idade cretácea. Seus fósseis destacam-se em função de sua excelente preservação e particular importância paleontológica.
A bacia sedimentar na região do Cariri é uma das mais importantes no mundo devido a enorme quantidade e qualidade de preservação dos fósseis. Muitas vezes, através de fotografias obtidas com microscópio eletrônico, é possível observar as células musculares dos peixes fossilizados, inclusive com a observação do núcleo celular mineralizado. Em alguns fósseis é possível ver o conteúdo do aparelho digestivo com a última refeição do peixe. A importância paleontológica do local é tão significativa que inúmeros pesquisadores têm mostrado interesse pela região. Uma excelente referência é o livro ricamente ilustrado "Santana Fossils - an illustrated Atlas" editado pelo Dr. John G. Maisey e tem a colaboração de diversos paleontólogos do Brasil e do exterior. Em Santana está o Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri que reúne mais de 750 peças de fósseis coletados na região e que começa a desenvolver um intenso trabalho científico para classificação dos fósseis e coleta dos mesmos em escavações nos arredores da cidade. O museu também possui partes fósseis de Pterossauro que foram encontrados na região. No estado do Ceará, as pesquisas de paleovertebrados são desenvolvidas na região da Chapada do Araripe, em rochas do Cretáceo Inferior (cerca de 110 milhões de anos atrás).
Em Santana do Cariri existe o Parque dos Pterossauros onde há réplicas artísticas de um pterossauro com cinco metros de envergadura, de uma asa a outra. Um dinossauro com cerca de três metros de altura e oito metros de comprimento. Estes dois tipos animais viveram há cerca de cem milhões de anos no período Cretáceo nos arredores de um grande lago que ali existiu. Foram encontrados fósseis na maior jazida fossilífera do Brasil, a formação Santana, na chapada do Araripe. A jazida cobre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Integra ainda a primeira etapa do parque temático uma área de escavação. A escavação, que será feita na formação Santana, terá seis metros de profundidade, distribuídos em degraus, onde os pesquisadores poderão estudar cada camada do solo, e fica dentro dos limites do parque, a 3,5 Km de Santana do Cariri. Dez ex-peixeiros, agricultores da região que antes se dedicavam à extração e ao comércio clandestino de fósseis, agora estão envolvidos na escavação, aberta a visitação pública. A formação Santana é o mais importante depósito de fósseis do Brasil, e está entre os 12 maiores do mundo, sendo o maior em registro de peixes fósseis, diz o paleontólogo Diogenes de Almeida Campos. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Diogenes e’ responsavel pelo setor de Paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Rio de Janeiro. Ele é o autor do registro do dinossauro Angaturama, replicado no parque temático, um animal que se alimentava de peixes, habitante do grande mar interior. É dele também a descrição do pterossauro Anhanguera. O projeto do parque temático prevê 18 cenários sobre a história da vida na terra, com réplicas dos animais e fósseis vegetais, alguns do Cretáceo, época em que surgiram as flores na superfície da terra. Registros fósseis de plantas são comumente encontrados nas camadas calcáreas (lajes) retiradas para serem utilizadas na construção civil como pisos e revestimentos decorativos de paredes e muros. O parque temático só pode existir com investimento significativo - público ou privado, disse a professora Violeta Arraes Gervaiseau. O parque pretende divulgar conhecimentos e despertar o interesse pela paleontologia em crianças e adultos.
S. L. de Lucena - Direitos autorais desde 2000 .
Sou Doutor em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. Fotógrafo amador e interessado em paleontologia, fiquei realmente admirado com a riqueza geológica e paleontológica de Santana do Cariri que infelizmente ainda está sendo explorada de forma irracional. Trabalhos e esforços valiosos estão sendo desenvolvidos pelo Museu de Paleontologia de Santana do Cariri através de pesquisadores que trarão à luz os segredos que a natureza ainda oculta nos sedimentos da Formação Santana.

domingo, 17 de maio de 2009

O Simbolismo da Rosa.

A rosa é a flor de maior simbolismo na cultura ocidental. A Rosa é uma flor consagrada a muitas deusas da mitologia. Símbolo de Afrodite e de Vênus (deusa grega e romana do amor). O cristianismo adotou a Rosa como o símbolo de Maria. De acordo com o mito grego, Afrodite quando nasceu das espumas do mar, tal espuma tomou forma de uma rosa branca, assim a rosa branca representa a pureza e a inocência. Conta o mito que quando Afrodite viu Adônis ferido, pairando sobre a morte, a deusa foi socorrê-lo e se picou num espinho e seu sangue coloriu as rosas que lhe eram consagradas. Assim, na Antigüidade as rosas passaram a ser colocadas sobre os túmulos, sendo uma cerimônia chamada pelos antigos de “Rosália”. Todos os anos no mês de maio enfeitam-se os túmulos com rosas. A Rosa vermelha significa o ápice da paixão, o sangue e a carne. Para os romanos as rosas eram uma criação da Flora (deusa da primavera e das flores), quando uma das ninfas da deusa morreu, Flora a transformou em flor e pediu ajuda para os outros deuses. Apolo deu a vida, Bacus o néctar, Pomona o fruto, as abelhas se atraíram pela flor e quando Cupido atirou suas flechas para espantá-las, se transformaram em espinhos e, assim, segundo o mito diz ter sido criada a Rosa. A Rosa é, igualmente, consagrada a Isís que é retratada com uma coroa de rosas. O miolo da Rosa, fechado, fez com que a flor significasse em muitas culturas o símbolo do segredo. Um costume medieval era de colocar uma Rosa no teto da sala de reuniões indicando que onde houvesse a flor no teto, os assuntos deveriam ser mantidos em segredo. Logo surgiu o costume de pintar rosas no teto das salas e assim levou a decoração de muitas casas de arquitetura clássica. Segundo a tradição, cada cor de Rosa tem um significado, já na Alquimia representa o feminino e corresponde ao órgão sexual da mulher. A cruz sendo símbolo masculino deu origem a palavra “Rosa-Cruz”, o primeiro símbolo da ordem Rosa-Cruz. Na tradição Hindu, a deusa Lakshmi (deusa do amor), nasceu de uma Rosa. Simbolismo da beleza e da pureza, perfeição em todos os sentidos, na idade média a Rosa passou a ser símbolo da virgem Maria por significado de pureza. As rosáceas das catedrais góticas foram dedicadas a Maria como emblema do feminino em oposição à cruz. Os rosários originais eram feitos com pétalas de rosa. A palavra “rosário” deriva do latim “rosarium” que significa roseiral. Inúmeros são os mitos sobre a Rosa, em geral tem o significado do amor, seja espiritual, carnal, virginal. Símbolo da pureza a rosa possui suas propriedades não só simbolicamente, mas é aproveitada na medicina, para perfumes, culinária, entre outros atributos. A Rosa tornou-se simbolismo do amor e, por isso, muitas pessoas têm o hábito de presentear quem ama com a flor do amor.

Mitologia

Mitologia é o estudo dos mitos, deuses e lendas. Os mitos são histórias de caráter popular ou religioso que têm por objetivo a explicação de coisas complexas, que passavam do entendimento das pessoas comuns na época de seus surgimentos.
Normalmente a mitologia é associada à sociedade de sua fundação, como a mitologia que surgiu na Grécia é denominada Mitologia Grega, sendo essa a mais famosa de todas. Em várias religiões a mitologia está presente de alguma forma. No Neopaganismo, por exemplo, a mitologia é a própria caracterização de sua fé.
Na sociedade atual, a mitologia está fortemente presente. Diversos jogos como Final Fantasy e Ragnarök; filmes e séries de televisão, como Harry Potter e Cavaleiros do Zodíaco possuem suas bases na mitologia.

Desenvolvimento econômico e felicidade, e necessidade.

A identificação do desenvolvimento econômico com o crescimento do PIB tem gerado críticas, hoje corriqueiras, decorrentes do esquecimento do bem estar social compreendido como alimentação, moradia, assistência de saúde e educação.
A economia sempre representou o meio para que a sociedade cumprisse sua função de oferecer um ambiente seguro para que as pessoas vivam segundo um critério culturalmente definido de felicidade. Para isto, o bem estar é, apenas, o primeiro passo. Abrigo e alimentação são necessidades biológicas universais para as quais todas as sociedades sempre responderam nos termos da cultura que as organiza.
Nas comunidades tradicionais tribais e camponesas não há hospitais ou consultórios, escolas ou universidades, embora existam mecanismos próprios de proteção à saúde e de educação das gerações mais novas. Nessas sociedades, embora os profissionais em saúde estejam dentre os primeiros especialistas a aparecer na divisão social do trabalho, todos os membros conhecem práticas e remédios, como ervas e raízes, recomendados para doenças diversas. No que diz respeito à educação, o normal é o aprendizado por imitação, como no Alto Xingu, onde o filho tem o mesmo arco e as mesmas flechas do pai, com quem vai pescar. Apenas o tamanho desses equipamentos e do peixe capturado é proporcional ao tamanho do pescador.
As sociedades tradicionais, caracterizadas por um “baixo nível de desenvolvimento econômico” medido pelo PIB, podem apresentar níveis de bem estar ótimos, considerados aspectos como habitação, nutrição, saúde e educação. Todos os estudos sobre os índios do Xingu, por exemplo, com quem convivi, demonstram que, em condições normais, antes do contato com os brancos, não havia fome e pouquíssimas eram as doenças nativas. O trabalho masculino era, em média, de duas horas e meia por dia e o tempo restante era usado em dança, música, artesanato e convívio.
Não é simples o estabelecimento de níveis de felicidade humana, mesmo porque o conceito de felicidade é relativo a culturas e indivíduos e a posições sociais em diferentes culturas. O conceito de felicidade para um guerreiro, por exemplo, pode se consubstanciar na morte de muitas pessoas, por suas mãos e na cultura ocidental de hoje, está relacionado à euforia (obtida com drogas ou com o vício do consumo) retratada no clichê das pessoas sorridentes dos anúncios comerciais. Porém, pode-se afirmar, com muita segurança, que o ambiente social das comunidades tradicionais regidas pelo parentesco, em situação de paz com outros povos e em equilíbrio com a natureza, oferece às pessoas condições de proteção e segurança dificilmente encontradas nas sociedades complexas contemporâneas. Não é um exagero associar a idéia de felicidade com a idéia de paz, nos termos da célebre definição de Santo Agostinho, como a “tranqüilidade da ordem”[1]. Do ponto de vista sociológico, a “tranqüilidade da ordem” seria para o indivíduo, asseguradas as condições materiais de bem estar, dispor permanentemente do afeto, do respeito e da solidariedade de outras pessoas [2]. A “tranqüilidade da ordem” abrangeria uma ampla dimensão sociológica, compreendida pela segurança de saber o que esperar da vida, segundo um ciclo que se estende da proteção à infância ao respeito à velhice: a infância, a idade adulta e a velhice atravessadas com serenidade e se acontecer a interrupção do ciclo em razão da morte prematura, a certeza de que muitos cuidarão dos que ficam.
Redes de proteção social oferecidas por unidades extensas de parentesco maiores que a família nuclear (integrada por pai, mãe e filhos) são eficazes para a realização da faceta secular da definição de paz de Santo Agostinho. Nas sociedades tradicionais são comuns as terminologias extensas de parentesco. Embora os membros dessas sociedades saibam, com certeza, quem é sua mãe biológica e seu pai social (freqüentemente, o provável pai biológico), é comum que um grande grupo de mulheres seja tratado pelo termo “mãe” e um grande grupo de homens pelo termo “pai”. Embora não haja consenso entre antropólogos nesta questão, não é fora de propósito supor que, no contexto de pequenas comunidades em que a interação social cotidiana é concentrada em algumas centenas de pessoas, tais terminologias reflitam e condicionem relações sociais concretas, pois termos de parentesco são conceitos e conceitos são construídos pela mesma prática que constroem. Assim, muitos adultos dessas comunidades, especialmente, os pais e mães classificatórios podem contribuir para educar e proteger as crianças. Isto é visível nas aldeias indígenas que visitei, bem como na maior parte das pequenas comunidades tradicionais espalhadas pelo mundo. Por essa razão é que, a partir das idéias desenvolvidas por Arensberg e Kimball (1965) levantei a hipótese (2004) de que a unidade básica de organização humana não seria, simplesmente, a família (nuclear ou extensa), mas um grupo de parentesco formado por dois sexos e três gerações maior do que a família.
A segurança e o afeto recebido pelas crianças dessas comunidades representam, para a maior parte de seus membros, o primeiro estágio de um ciclo de vida com etapas muito nítidas, no qual estão certas e delimitadas as fases seguintes, da idade adulta e da velhice. Os papeis sociais são claramente estabelecidos, da mesma forma que as referências no espaço e no ciclo natural anual (o ribeirão, o território, as estações do ano, etc.), pois no dizer do Santo aqui evocado “a ordem é a disposição dos seres iguais e desiguais, designando a cada um lugar que lhe convém”. A “tranqüilidade da ordem” projetada no tempo, faz-se por ciclos socialmente definidos: o ciclo de vida, o ciclo ritual e, integrados à vida social, o plantio e a colheita.
O contraste é marcante com a solidão e a insegurança de nossas populações urbanas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o corte generacional é radical. Os jovens são mal vistos, se não saírem de casa após a conclusão do ensino médio. Os velhos são segregados em espaços próprios, “asilos” de luxo. Embora, na Europa, valores de família ainda sobrevivam, a individualização é, também, acentuada. O membro médio da sociedade ocidental vive o medo do futuro e o cotidiano da ameaça de desemprego e de fome. Foi, também, em um contexto histórico de incerteza quanto ao futuro que, não por acaso, Santo Agostinho formulou sua genial definição de paz.
Não há necessidade de desenvolvimento econômico, isto é, de crescimento do PIB, para que as pessoas tenham casa, comida, educação e saúde em níveis adequados. Tudo depende do destino atribuído ao excedente econômico. Quando o excedente gera o que Karl Marx denominou “reprodução simples”, a redistribuição identificada por Polanyi afirma-se como um processo central da economia. O excedente nas sociedades tribais e camponesas é redistribuído em festas para santos ou outros rituais. As esmolas e doações para obras caritativas realizavam, até certo ponto, esta função redistributiva nas sociedades européias pré-mercado. Em alguns casos, o excedente acumulado é destruído, o que ocasiona a elevação do status dos que os patrocinam - o caso clássico é o Potlatch dos indígenas da costa Noroeste da América do Norte. Em outras circunstâncias, o excedente é esterilizado, como na construção de grandes pirâmides ou catedrais. A Igreja sempre foi uma histórica esterilizadora do excedente econômico por meio da acumulação de patrimônio imobiliário. Na “reprodução ampliada” de Marx, a acumulação é transformada em investimento e é criada uma espiral sem fim de acumulação, reinvestimento, crescimento da economia, da riqueza e da pobreza.
Assim, mais importante do que o tamanho da economia para um nível elevado de bem estar é a estrutura de distribuição do excedente. Cuba com um PIB per capita dezenas de vezes menor do que o norte-americano apresenta condições gerais de saúde e educação iguais ou superiores à americana, embora fique longe do padrão norte-americano de habitação ou de conforto tecnológico. Entretanto, nem Cuba, nem os Estados Unidos vivem a “paz da cidade” agostiniana das aldeias indígenas e das vilas camponesas, pois casa, comida, educação e saúde - níveis adequados de bem estar - embora pré-requisitos, não podem ser identificados com uma existência satisfatória.
O contraste com as sociedades tradicionais demonstra que o desenvolvimento econômico pode destruir valores fundamentais de convívio e solidariedade indispensáveis à “tranqüilidade da ordem”.
Não obstante, o desenvolvimento econômico deve ser um fim a ser atingido por todas as nações por razões outras que a felicidade das pessoas, pois é condição sine qua non para a sobrevivência dos povos.

Armas, uma invenção feminina.

Um estudo que será divulgado no mês que vem pela revista científica Current Biology mostra que foram as fêmeas que criaram as primeiras armas. O motivo foi a necessidade, já que elas não tinham a força necessária para competir por comida com os machos, que podiam capturar as presas sem a ajuda de nenhum instrumento.
A conclusão de antropólogos americanos foi baseada no estudo de grupos de chimpanzés no Senegal, cujas fêmeas roem madeira e a utilizam como arma de caça.
¿As fêmeas tiveram de desenvolver formas criativas para solucionar um problema que os machos resolviam com a força física¿, explica a antropóloga Jill Pruetz, que liderou a pesquisa. ¿Só o fato de caçarem vertebrados com ferramentas é incrível, porque é algo que sempre pensamos ser exclusivo dos humanos.

Novo Estudo faz revisão da entrada de humanos na Terra.

Clovis perde hoje definitivamente seu trono como o primeiro das Américas. Uma pesquisa publicada na revista Science mostra que sítios desta cultura são mais novos e foram ocupados por menos tempo do que se pensava antes.
Este não é o primeiro golpe contra esta população de paleoíndios (apelidados em homenagem à cidade onde o primeiro sítio foi achado), que teriam chegado da Ásia ao continente pelo Estreito de Bering. Há 40 anos cientistas mostram outras evidências de povos mais antigos, coletadas no Chile e no Brasil, por exemplo. Mas agora a assertiva vem daqueles que antes apoiavam a teoria.
Os paleontólogos Michael Waters, da Universidade A&M do Texas, e T.W. Stafford, maior especialista do mundo em datação de ossos, refizeram a análise por radiocarbono de 10 dos 22 sítios mapeados desta cultura com muito mais precisão do que há 50 anos. E dizem que este grupo caçador-coletor viveu entre 10.050 e 10.800 anos atrás - antes, o ponto de partida era de 11.500 a 10.900.
Eles também afirmam, para a surpresa dos paleontólogos, que a cultura Clovis foi ativa por apenas 200 anos, o que teria impedido sua difusão pelo restante do continente. ¿Este resultado nos forçará a elaborar uma nova teoria sobre a origem do povoamento das Américas¿, diz Waters.
Antes deste estudo, um dos principais obstáculos que Clovis enfrentou foi a descoberta do sítio de Monte Verde, no Chile, datado de 12.500 anos atrás. Tom Dillehay, um dos pesquisadores que o estudaram no fim da década de 1970, lamenta que tantos anos tenham se passado até que Clovis fosse afinal destronado. Mas vê com bons olhos o apoio vir de Waters e Stafford, ¿que agora mudaram de idéia e vêem o que os outros enxergam há 40 anos¿.
A antropóloga Anna Roosevelt, que há dez anos vê Clovis apenas como um entre muitos grupos adaptados de forma distinta de acordo com as condições enfrentadas, acredita que o novo trabalho possa dar base a seu argumento. ¿Isso torna Clovis uma das diversas culturas do Novo Mundo, não a mais antiga¿, diz.