sábado, 4 de julho de 2009

Índios e a população.

A reserva de grandes áreas para usufruto exclusivo de índios em zonas de fronteira gera duas preocupações. De um lado, potencializa a vulnerabilidade da soberania nacional, de vez que abre caminho para que as tribos isoladas sejam usadas como massa de manobra por ONGs e organismos estrangeiros interessados em internacionalizar, se não toda, larga parte da faixa fronteiriça da Amazônia brasileira. De outro, se é imperativo respeitar os direitos históricos dos índios, o poder público tem tratado o problema de forma particularista, com viés étnico e abordagem unilateral, capazes de reintroduzir na sociedade uma intolerância aos índios que não interessa à unidade da nação.

É inquietante que muitos brasileiros de boa-fé, partidários da causa indígena, demonstrem irritação com episódios como a demarcação de 9,6 milhões de hectares (a área do Líbano) para os ianomâmis, no Amazonas e em Roraima, e, agora, mais 1,7 milhão de hectares na reserva de Raposa Serra do Sol, para cinco tribos de Roraima.

Se seguirmos o modelo histórico de ocupação do território, baseado em nossa formação étnica tripartite, veremos que o respeito às prerrogativas dos índios não pode implicar desproteção de regiões tão cobiçadas como a Amazônia, impedindo-se, como agora se impede, a vivificação das zonas de fronteira que tradicionalmente se faz pela presença não só do Estado como sobretudo de empreendedores não índios, a exemplo dos agricultores de Roraima, que ocupam a terra e a fazem produzir riquezas em benefício de todos.

Fronteiras ricas e ermas aguçam a ambição alheia. Foi com uma ocupação precária que consolidamos o território deste país continental, inclusive anexando a maior parte da Amazônia que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha.

Urge tratarmos o assunto com a sabedoria necessária para não estigmatizar os índios como vilões, tampouco apequená-los como vítimas que uma certa Historiografia e Antropologia jogam num vale de lágrimas da História do Brasil. Nosso caldeirão cultural incorpora em vez de segregar. O destino de todos, dos índios ao mais recente imigrante, é se integrarem na sociedade nacional. A esse ideal dedicou-se o Humanismo de nossas inteligências mais poderosas, de José Bonifácio a Darci Ribeiro, do Marechal Rondon aos Irmãos Vilas Boas.

Como reconheceram os intérpretes mais certeiros, a começar por Gilberto Freire, os índios figuram entre os construtores do Brasil. De seu seio saíram homens de Estado, como Arariboia, parceiro de Estácio de Sá na expulsão dos franceses e consolidação do Rio de Janeiro, no século XVI, e Poti, ou Antônio Filipe Camarão, herói da guerra aos holandeses no século XVII ¿ ambos agraciados com o título de Dom e capitãomor pela Coroa portuguesa. Mesmo os guerreiros que se opuseram à colonização lusa, como os tuxauas tamoios, Cunhambebe, aliado dos franceses, e o manao Ajuricaba, são heróis do eclético panteão nacional: lutaram com bravura, e ao menos Ajuricaba, ao preferir o suicídio à prisão, constelou na morte o lema de José Bonifácio de que ¿a liberdade é um bem que não se pode perder senão com o sangue¿.

Séculos depois desses episódios, a nação é uma só. Não podemos correr o risco de abrigar um Estado multinacional e uma nação balcanizada. Ao contrário: conjugando isonomia e respeito às diferenças, podemos comemorar o saldo amalgamado de índios, brancos e negros que forjaram o povo brasileiro.

Cada tentativa de conferir superioridade de qualquer tipo a um deles deve ser repudiada. Nesse conflito, não ocorre o dilema de escolher entre irmãos o que será ungido e o que será imolado, pois as soluções devem atender e beneficiar todos e sobretudo ao interesse geral de um país forte, justo e democrático no engrandecimento de sua população.

Mitos a respeito da Amazônia.

Repetidos com freqüência, ganham colorido de verdade. Francisco Orellana, descendo o Rio Maranon em 1541 à procura do soberano que se cobria de ouro, dito "El Dorado" - daí Eldorado -, teria enfrentado mulheres guerreiras, denominadas "amazonas" na mitologia grega. Diz a lenda que um cacique confirmara a existência dessas valentonas brancas que moravam "solteiras" em uma cidade de pedra e que só aceitavam homens quando lhes aprazia. A história das amazonas deu nome ao rio caudaloso até então conhecido por Mar Doce ou Rio Grande. Assim, o nome da Amazônia tem origem na mitologia, o que pode explicar vários dos mitos que, repetidos com freqüência, vão adquirindo colorido de verdade. As notícias sobre artigo no Economist e sobre a III Conferência Científica do LBA (1.500 participantes, patrocínio do MCT) informam que a floresta é sorvedouro de carbono, contribuindo para amenizar o efeito estufa sobre o planeta. Ora, todos sabem que a floresta acha-se em equilíbrio, dito clímax, quando o gás carbônico absorvido pela fotossíntese corresponde ao desprendido pela decomposição da serapilheira. As árvores cresceriam continuamente se não soltassem galhos e folhas, os quais se acumulariam ano após ano, se não se decompusessem. Esse estado de equilíbrio resulta na troca balanceada de oxigênio e de gás carbônico com a atmosfera. Não temos o "pulmão do mundo". São confusas, igualmente, as assertivas míticas sobre queimadas. A floresta alta não se incendeia a menos que cortada. Somente os campos e cerrados, forrados de gramíneas, pegam fogo por descuido ou propósito do homem ou em decorrência de faísca elétrica. O fogo periódico faz parte do clímax do cerrado, vindo a vegetação subseqüente reabsorver gás carbônico desprendido. Os aerossóis da fumaça de origem vegetal são refletores da radiação solar, atenuando o aquecimento. Por outro lado, boa parte do gás carbônico das queimadas é reabsorvida pela vegetação subseqüente - pasto, lavoura ou capoeira - e pelo aumento do húmus resultante do plantio direto. O impacto sobre o efeito estufa é muito menor do que se apregoa. Os ecologistas que vão para o mato conhecem tudo que descrevemos e muito mais. Os urbanizados deveriam conhecer a realidade do sertão, poupando os interessados, menos informados, de cansativas e monótonas histórias do fim do mundo. A expansão da agropecuária é uma realidade notável, graças à iniciativa e à capacidade de empreender e trabalhar de nossos patrícios. Eles estão captando a energia solar que não atravessa as copas arbóreas. Estão capitalizando nosso clima de verão chuvoso. Estão tornando a terra mais fértil, mantendo as águas limpas e o ar livre de poeira, graças a uma agricultura conservacionista e sustentável. O exemplo de Sorriso (MT) e arredores não é um mito.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O Genoma da pré-história.

Projeto vai decifrar DNA do neandertal, o parente extinto da Humanidade.
O DNA de um parente extinto da Humanidade promete levar a ciência a uma viagem sem precedentes pela pré-história. Cientistas anunciaram ontem o começo do Projeto Genoma do Homem de Neandertal. Pela primeira vez será possível saber como realmente era esse integrante do gênero humano. Se tiverem êxito, geneticistas poderão descobrir se o neandertal nos legou algo mais do que seus ossos e ferramentas e se temos em nosso genoma traços herdados da espécie extinta, a mais próxima do homem moderno. O projeto é uma grande ousadia tecnológica. O neandertal desapareceu da Terra há cerca de 30 mil anos e seu DNA é quase impossível de extrair. As poucas amostras obtidas estão fragmentadas. Para reconstruir seu genoma, será necessário associar imenso poder computacional a técnicas refinadas de interpretação de dados.
Ontem, foi dado o primeiro passo do projeto. Especialistas que obtiveram as únicas amostras de DNA de neandertais a partir de um osso firmaram um contrato com uma empresa de biotecnologia para tentar completar todo o código genético dos neandertais. O Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, em Leipzig, na Alemanha, e a Corporação 454 de Ciências da Vida, em Branford, Estados Unidos, anunciaram que pretendem usar novas tecnologias para ampliar as pequenas amostras de DNA disponíveis.
- Novas tecnologias nos levarão a uma viagem que parecia impossível - afirmou Svante Paabo, chefe do estudo.
Ele foi o primeiro a conseguir obter DNA de um neandertal, em 1997, a partir de um osso de perna. Os neandertais surgiram há aproximadamente 300 mil anos e povoaram partes da Europa e do Oriente Médio. Conviveram por milênios com o homem moderno e sua extinção é um mistério.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cultura - Lucia Riff; agente literária.

Lucia Riff de modo geral, agencia tudo que é ligado ao direito autoral: a edição da obra, o uso de um texto que vai ser adaptado para cinema, teatro ou entrar num livro escolar, além de convites e viagens.
Lucia já teve vários casos de autores que deixaram a agência porque acharam que ela não trouxe para eles o que eles esperavam. Também tive autores que não funcionaram da maneira que eu achava que funcionariam. Nesses casos, o melhor é simplesmente o agente abrir mão dos contratos. Apesar de fundamentais. Se a relação com o autor não funciona, não é um contrato que vai segurá-lo.
A maioria dos seus clientes nacionais é incorporada por indicação. Com o autor estrangeiro é um pouco diferente. Às vezes, ele também vem por indicação.
Para a Lúcia o agente literário deve ter um papel muito discreto, quem tem que aparecer é o autor, o editor, o livro.
Aqui no Brasil se um livro está vendendo, outro deixa de ser vendido. porque a cota de venda de uma editora para as livrarias é mais ou menos a mesma. Se uma editora gasta sua cota inteira com um único livro, não vende os outros. A editora pode até vender um pouco mais, mas não na proporção que se imagina. Então um best-seller é um livro que suga dos outros. Na verdade, o que a gente precisa é aumentar o mercado comprador.
O mercado mais comprador é o de não-ficção. Até os adiantamentos costumam ser maiores para um livro forte de não-ficção, Atualmente temos um boom dos livros de história recente do Brasil, assim como assuntos políticos, islamismo, fundamentalismo e Bush. Tudo isso há pouco tempo atrás simplesmente não vendia de maneira alguma.
Nossa agência literária foi inaugurada em 1991 por Lucia Riff , em sociedade com Carmen Balcells e Cristina de Mello e Souza. O objetivo era agenciar autores brasileiros no Brasil e também no exterior – e também agenciar Editoras e Agências Literárias estrangeiras para o mercado de publicação em língua portuguesa (Brasil e Portugal). Começaram como Agência Literária Balcells Mello e Souza Riff slc Ltda., ou simplesmente Agência Literária BMSR. Em dezembro de 2003 foi criada uma nova estrutura para a sociedade, e a agência passou a ter como sócios apenas Lucia Riff, Laura Riff e João Paulo Riff. Em outubro de 2006, completamos os 15 anos de vida, e o nome passou a ser Agência Riff. Agora em 2009 se completam 18 anos de existência.
O trabalho da agência Riff é : o agente literário representa os autores e administra suas obras. Basicamente, o agente é o elo de ligação entre autores e editores. Podemos atuar como agentes de autores brasileiros, ou de herdeiros de autores brasileiros; ou ainda como co-agentes de Editoras ou Agências estrangeiras para o mercado brasileiro ou português.Com ampla experiência de mercado, e conhecendo a linha, o perfil e a conduta profissional das editoras, nossa meta é buscar sempre as mais indicadas para publicar as obras dos nossos clientes.