segunda-feira, 18 de maio de 2009

Paleontologia em Santana do Cariri e S L de Lucena.

Santana do Cariri .
É uma pequena cidade localizada no sul do estado do Ceará no nordeste do Brasil, distante cerca de 550 Km da capital Fortaleza e próxima a centros como Crato (cerca de 50 km) e Juazeiro do Norte (cerca de 65 km). A Chapada do Araripe constitui uma de nossas mais importantes localidades fossilíferas de idade cretácea. Seus fósseis destacam-se em função de sua excelente preservação e particular importância paleontológica.
A bacia sedimentar na região do Cariri é uma das mais importantes no mundo devido a enorme quantidade e qualidade de preservação dos fósseis. Muitas vezes, através de fotografias obtidas com microscópio eletrônico, é possível observar as células musculares dos peixes fossilizados, inclusive com a observação do núcleo celular mineralizado. Em alguns fósseis é possível ver o conteúdo do aparelho digestivo com a última refeição do peixe. A importância paleontológica do local é tão significativa que inúmeros pesquisadores têm mostrado interesse pela região. Uma excelente referência é o livro ricamente ilustrado "Santana Fossils - an illustrated Atlas" editado pelo Dr. John G. Maisey e tem a colaboração de diversos paleontólogos do Brasil e do exterior. Em Santana está o Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri que reúne mais de 750 peças de fósseis coletados na região e que começa a desenvolver um intenso trabalho científico para classificação dos fósseis e coleta dos mesmos em escavações nos arredores da cidade. O museu também possui partes fósseis de Pterossauro que foram encontrados na região. No estado do Ceará, as pesquisas de paleovertebrados são desenvolvidas na região da Chapada do Araripe, em rochas do Cretáceo Inferior (cerca de 110 milhões de anos atrás).
Em Santana do Cariri existe o Parque dos Pterossauros onde há réplicas artísticas de um pterossauro com cinco metros de envergadura, de uma asa a outra. Um dinossauro com cerca de três metros de altura e oito metros de comprimento. Estes dois tipos animais viveram há cerca de cem milhões de anos no período Cretáceo nos arredores de um grande lago que ali existiu. Foram encontrados fósseis na maior jazida fossilífera do Brasil, a formação Santana, na chapada do Araripe. A jazida cobre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Integra ainda a primeira etapa do parque temático uma área de escavação. A escavação, que será feita na formação Santana, terá seis metros de profundidade, distribuídos em degraus, onde os pesquisadores poderão estudar cada camada do solo, e fica dentro dos limites do parque, a 3,5 Km de Santana do Cariri. Dez ex-peixeiros, agricultores da região que antes se dedicavam à extração e ao comércio clandestino de fósseis, agora estão envolvidos na escavação, aberta a visitação pública. A formação Santana é o mais importante depósito de fósseis do Brasil, e está entre os 12 maiores do mundo, sendo o maior em registro de peixes fósseis, diz o paleontólogo Diogenes de Almeida Campos. Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Diogenes e’ responsavel pelo setor de Paleontologia do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Rio de Janeiro. Ele é o autor do registro do dinossauro Angaturama, replicado no parque temático, um animal que se alimentava de peixes, habitante do grande mar interior. É dele também a descrição do pterossauro Anhanguera. O projeto do parque temático prevê 18 cenários sobre a história da vida na terra, com réplicas dos animais e fósseis vegetais, alguns do Cretáceo, época em que surgiram as flores na superfície da terra. Registros fósseis de plantas são comumente encontrados nas camadas calcáreas (lajes) retiradas para serem utilizadas na construção civil como pisos e revestimentos decorativos de paredes e muros. O parque temático só pode existir com investimento significativo - público ou privado, disse a professora Violeta Arraes Gervaiseau. O parque pretende divulgar conhecimentos e despertar o interesse pela paleontologia em crianças e adultos.
S. L. de Lucena - Direitos autorais desde 2000 .
Sou Doutor em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. Fotógrafo amador e interessado em paleontologia, fiquei realmente admirado com a riqueza geológica e paleontológica de Santana do Cariri que infelizmente ainda está sendo explorada de forma irracional. Trabalhos e esforços valiosos estão sendo desenvolvidos pelo Museu de Paleontologia de Santana do Cariri através de pesquisadores que trarão à luz os segredos que a natureza ainda oculta nos sedimentos da Formação Santana.

3 comentários:

  1. ainda não coloquei postagens sobre Paleontologia em meu blog...e de muita importância para a historia da humanidade este tema...agradeço suas visitas a meu blog...voce perguntou como funciona os SELOS...voce tem que receber ou fazer um e mandar para pelo menos 5 ou 10 pessoas com seus respectivos blogs...e as regras são varias voce mesmo pode fazer...o mais importante e que repassem e divulguem quem presenteou...ultimamente não recebi nenhum..mas fique tranquilo se acontecer repasso um a voce ok...fuiiiiiiiiiiii

    ResponderExcluir
  2. Interessantíssimo este texto sobre Santana do Cariri. O Brasil é mesmo um lugar maravilhoso por sua vastidão e riquezas naturais...
    Obrigada, Manuel, por deixar seu comentário no blog. Lamento a minha falta de assiduidade. Sim, minhas convicções permanecem, apesar de eu ainda não ter encontrado a "fórmula da periodicidade". Porém, visitas como a sua me estimulam a continuar e a procurar vencer minhas limitações. Ultimamente tenho colaborado (tb não muito regularmente) com um blog de ciência e tecnologia - MzONE - que acho que vc gostará de conhecer. Está no endereço http://mzoneone.blogspot.com/.
    Abraços e até breve!

    ResponderExcluir
  3. Em janeiro de 2010 estive em sua cidade para visitar o Pontal de Santa Cruz com amigos meus de S Luis e meus filhos aqui de São Luis. Fiquei triste ao ver copos e garrafas pet por todos os lados dá área do restaurante instalado naquele local, embora houvesse algumas placas proibitivas sobre lixo no chão. Abordei os funcionários do restaurante, os quais não demonstraram preocupação e justificaram não poder fazer muita nada. Imagino que haja um contrato com a Prefeitura local para usar aquele local e que nele conste a obrigação de mantê-lo limpo. Ao invés da placa: "Olha a cara de quem joga lixo no chão"(uma foto da cara de um porco), houvesse os funcionários treinados para se sentirem parte do problema e conversarem com os visitantes, além de coletores de lixo espalhados por toda aquela área. Transmita o meu recado à Prefeitura de sua bonita e histórica Santana do Cariri.

    ResponderExcluir