terça-feira, 14 de julho de 2009

O rosto do faraó menino.

A partir de exames feitos na múmia de Tutankamon, peritos constroem três modelos parecidos de sua cabeça

CAIRO. Cientistas franceses, egípcios e americanos conseguiram reconstituir a cabeça e o rosto do rei egípcio Tutankamon. A novidade foi divulgada ontem pelo Conselho Supremo de Antigüidades do Egito, que afirmou ter conseguido resultados provavelmente muito próximos do que teria sido a verdadeira aparência do faraó, morto precocemente numa idade estimada entre 17 e 19 anos.

Pesquisadores construíram três modelos parecidos

O motivo que faz o conselho acreditar na precisão dos resultados está na semelhança obtida em três diferentes trabalhos. Os pesquisadores, divididos em grupos, produziram separadamente três modelos do que seria a cabeça do rei e as semelhanças, segundo Zahi Hawass, secretário do conselho, são impressionantes.

- Os três modelos são muito parecidos e nitidamente vemos que mostram a mesma pessoa. Os olhos, boca e aspectos do crânio são muito semelhantes. As únicas divergências são em relação às orelhas e ao nariz - explica ele.

Os peritos submeteram a múmia do rei, de 3.300 anos, a exames de ressonância magnética para mapear seu crânio. Foram feitas 1.700 imagens durante os 15 minutos de duração do exame.

Os três grupos utilizaram a mesma técnica. Construíram uma base de plástico da cabeça - a partir das coordenadas fornecidas pelo exame - que foi moldada com a ajuda de escultores e arqueólogos. Sobre o modelo, foram aplicadas camadas de silicone e de tinta, para dar volume e cor a olhos, pele, boca e cabelo, de acordo com antigas estátuas que retratavam o faraó.

A reconstituição foi anunciada dois meses depois de o ministro da Cultura do Egito, Faruq Hosni, anunciar que pesquisas recentes indicam que Tutankamon não teria sido assassinado. A partir de radiografias feitas em janeiro, um grupo formado por pesquisadores de diversos países chegou à conclusão de que a cabeça e a nuca do rei não tinham indícios de terem sido feridas. Até então, a tese mais provável era de que o jovem havia sofrido um golpe mortal na nuca.

A múmia foi descoberta em 1922 pelo arqueólogo britânico Howard Carter. Tutankamon reinou por apenas dez anos, de 1333 a.C. a 1323 a.C.

Legenda da foto: UM DOS modelos da cabeça do faraó apresentados pelos pesquisadores

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