terça-feira, 14 de julho de 2009

Obras revitalizam museu nacional.

Bons ventos começam a soprar no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Salas que estavam fechadas há 12 anos, como a dos peixes, aves e répteis, acabam de entrar em obras para ser reabertas. A fachada que dá para o pátio interno da mais antiga instituição científica do país, antes caindo aos pedaços, foi reformada. Os funcionários, que tinham até medo de passar por ali, agora aproveitam a beleza dos jardins para descansar e ler.


E, graças a parcerias com a iniciativa privada e a recursos do governo federal, começam no dia 2 de maio as obras do primeiro dos quatro prédios que serão construídos no Horto Botânico do museu, a poucos metros do antigo palácio que pertenceu à família imperial.


Com isso, a instituição dá os primeiros passos para transformar um sonho em realidade: ser um dos maiores museus de história natural do mundo. Acervo para isso existe. Vão faltar os recursos, estimados em R$40 milhões, que ainda estão sendo captados pela direção. A construção dos prédios vai permitir que os 12 mil metros quadrados sejam exclusivos para exposição.


Rosa da fachada dará lugar ao amarelo original


Os edifícios, com três andares cada, vão abrigar toda a parte técnica e científica, além de uma das maiores coleções de ciências naturais e antropologia da América Latina. Depois dessa transferência, o palácio, criado por Dom João VI no dia 6 de junho de 1818, pode entrar em reforma para recuperar toda a sua majestade. Na fachada, o rosa forte vai dar lugar à cor original do império: amarelo.


Depois da crise de maio do ano passado, quando foi descoberto o roubo de in-fólios raros (tipo de livro com até 60 centímetros de altura) e havia o risco iminente de incêndio, o museu agora respira novos ares.


¿ Apesar de o visitante ainda não perceber, o museu está indo muito bem. Estamos organizando as coleções, os equipamentos de segurança já chegaram e serão instalados. Teremos o primeiro prédio pronto ainda este ano e vamos transferir toda o setor de botânica para lá ¿ comemora o diretor do museu, Sérgio Alex Azevedo.


O primeiro prédio, cuja entrega está prevista para outubro, vai ser patrocinado pela Petrobras e pela Fundação Souza Cruz. Para o conjunto de edifícios, são necessários R$15 milhões.


Já no prédio do museu a última reforma aconteceu há mais de 50 anos. O diretor vai aproveitar a reunião com o Ministério da Cultura, em maio, para tratar de verbas.


¿ Fico muito feliz só de ver que essa fachada interna devolveu a auto-estima aos funcionários e que estamos indo para frente ¿ disse o diretor.


Em obras há cerca de quatro anos, os telhados estão praticamente prontos, faltando apenas os da chamada torre sul do complexo histórico. A sala que abrigava o acervo de antropologia está toda quebrada, as peças recebendo limpeza e tratamento especial para voltar para um ambiente, depois da reforma, mais adequado.


¿ Da área do museu, temos apenas cerca de 30% em exposição ¿ disse o diretor administrativo do museu, Wagner Willian Martins.


Para ele, o museu poderá ter uma posição inédita no cenário internacional. Com cerca de 20 milhões de peças, mesmo com as reformas ainda vai faltar espaço para colocá-las em exposição:


¿ Nossa projeção indica que, dos 300 mil visitantes por ano, poderemos pular para um a dois milhões por ano. Não vamos fazer feio: teremos o nosso museu entre os mais importantes do mundo ¿ disse.

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